QUE TIPO DE ESTILO DE VIDA AGRADA A DEUS?

Na linguagem moderna, o estilo de vida tem a ver principalmente com estilo, e não com conteúdo. É a maneira como nos satisfazemos tanto quanto a maneira como vivemos nossas vidas. Um estilo de vida cristão pode ser facilmente confundido com a adição de um pouco de verniz cristão a uma vida glamourosa e confortável como a de qualquer outra pessoa. Originalmente, a exressão “estilo de vida” era sobre como nossos valores influenciam a maneira como vivemos. O mundo desafia constantemente nossos valores e comportamento e busca erodir um estilo de vida tipicamente cristão. Seria fácil pensar que um estilo de vida cristão é simplesmente o que reflete nossos gostos pessoais e aquilo com que nos sentimos confortáveis. Não poderíamos estar mais errados. Não se trata do que nos agrada, mas do que agrada a Deus. Se fomos comprados por um preço, pertencemos de corpo e alma a Deus e devemos glorificá-Lo com tudo o que somos.


O apóstolo Paulo enfatiza frequentemente a responsabilidade do cristão de viver de uma maneira que agrada a Deus. Precisamos viver com um propósito e este é o objetivo mais elevado possível para glorificar e desfrutar a Deus. Esse propósito pode motivar e influenciar todas as ações, seja de forma consciente ou nos princípios que regem nossas vidas. 1 Tessalonicenses 4:1-2, por exemplo, Paulo exorta com amor e seriedade em nome e autoridade do Senhor Jesus e por Sua causa. Ele os exorta para que vivam de acordo com o ensino que receberam dele enquanto estava com eles. Ele aponta para a necessidade e estilo de vida que pode ser aceitável e agradável ao Senhor. Eles devem abundar mais e mais, fazendo progresso contínuo e se superando em sua futura diligência e fecundidade. As instruções que ele deu a eles não eram suas, mas do Senhor Jesus Cristo. Ele os proclamou em nome e autoridade de Cristo como Seu arauto. A palavra grega usada literalmente significa um mandamento proclamado em nome e autoridade de outra pessoa. Em outra passagem (Efésios 5:10), Paulo mostra a necessidade de fazer uma investigação diligente sobre a vontade de Deus revelada em Sua Palavra, para que saibamos o que é aceitável e agradável a Ele em cada passo do nosso caminho. Quando os reunimos, podemos ver os princípios orientadores e as motivações de um estilo de vida que agrada a Deus. James Fergusson nos ajuda a ver como no seguinte extrato atualizado.

1. NÃO PODEMOS OBTER A SALVAÇÃO ATRAVÉS DO ESTILO DE VIDA QUE AGRADA A DEUS

Boas obras e um andar santo não são coisas que levam à justificação (Romanos 4:5). Elas são, entretanto, exigidas daqueles que foram justificados para que tornem evidente a realidade de sua fé e afirmem pertencer a Cristo (Tiago 2:18). Essas coisas fazem parte de tornar nosso chamado e eleição firmes (2 Pedro 1:10), glorificar a Deus (João 5:8) e ganhar outros (Mateus 5:16). A santidade é necessária para alcançar a posse definitiva da vida eterna, como sendo o caminho que conduz a ela (Hebreus 12:14). No entanto, não é de forma alguma um preço para merecê-la ou comprá-la (Romanos 6:23). A palavra “deve” no original, indica como você deve necessariamente andar (1 Tessalonicenses 4:1).

2. GRAÇA LIVRE CONDUZ AO ESTILO DE VIDA QUE AGRADECE A DEUS

A doutrina da salvação por meio da graça em Jesus Cristo está longe de dar ocasião para a complacência, impiedade ou profanação. Tanto é verdade que não há argumento mais forte para induzir as pessoas à prática conscienciosa da santidade em todos os seus deveres do que o conhecimento santificado, a fé salvadora e a consideração séria dessa doutrina. Os princípios da livre graça, envolvem, de muitas maneiras, o crente a levar uma vida santa (Romanos 6:2-23). A salvação gratuita oferecida pela graça não pode ser abraçada, a menos que a força prometida para nos levar adiante no caminho da santidade também seja abraçada (Romanos 8:1). Paulo infere a busca da santidade a partir da doutrina da salvação por meio da graça gratuita; o primeiro é, por assim dizer, o resultado natural e companheiro inseparável do último.

Há uma conexão necessária entre abraçar a doutrina da salvação por meio da graça gratuita e a busca por uma vida santa. No entanto, tal é a nossa aversão natural à santidade (Romanos 8:7) e tantas são as dificuldades em seu caminho (2 Timóteo 3:12), mesmo os melhores precisam do estímulo de exortação fervorosa e veemente para os incitar a isso Embora Paulo mantenha uma vida correta como resultado de abraçar a livre graça, ele considera necessário exortá-los a que andem dignos de sua vocação (1 Tessalonicenses 4: 1).

3. A PALAVRA DE DEUS DEFINE O ESTILO DE VIDA QUE AGRADA A DEUS

Para andar como cristão e agradar ao Senhor, devemos estudar as Escrituras. A vontade revelada de Deus, entregue por seus profetas e apóstolos e por eles comprometida com a escrita sagrada, é o nosso guia, tanto em que devemos caminhar quanto em como devemos fazê-lo. Paulo ensina isso ao dizer que eles receberam dele como deveriam andar e agradar a Deus, de modo que deveriam ser abundantes. Ele agora se compromete a escrever um resumo do que eles receberam dele por sua pregação com esse propósito (1 Tessalonicenses 4: 1).

4. OS CRISTÃOS GENUÍNOS PROCURAM O ESTILO DE VIDA QUE AGRADA A DEUS

Seja qual for o caminho que andemos e qual a maneira, não o fazemos como cristãos, a menos que nos esforcemos sinceramente para agradar ao Senhor. Não podemos ter nenhum conforto real ou sólido em relação à nossa caminhada, a menos que façamos o que fazemos como serviço a Deus (Efésios 6:6-7). Paulo faz seu esforço para agradar a Deus um ingrediente necessário em uma caminhada cristã, enfatizando como eles devem andar e agradar a Deus.

5. DEVEMOS CONTINUAR NO ESTILO DE VIDA QUE AGRADA A DEUS

Deus não permite que ninguém pare no caminho da graça. Quando muito é alcançado, devemos ainda (esquecendo as coisas que estão para trás ficam de Filipenses 3:13) ampliar nossos desejos e inclinar nosso esforço ainda mais e mais, visto que ainda há mais a ser obtido (Filipenses 3:13). O Senhor permite que nossos desejos pela graça sejam insaciáveis ​​e ilimitados (João 16:23-24), embora sejam constrangidos por Sua provisão em outros prazeres (Hebreus 13: 5). Paulo pressupõe que eles já tinham graça em grande medida, mas ainda assim os exorta a abundar mais e mais (1 Tessalonicenses 4:1).

6. OS MANDAMENTOS DE CRISTO MOSTRAM O ESTILO DE VIDA QUE AGRADA A DEUS

Os ministros do Senhor não devem fazer de nada uma regra de fé ou vida para seus ouvintes, exceto naquilo no qual eles têm a autoridade de Cristo. Eles são meramente ministros de Cristo e apenas proclamam Sua vontade ao Seu povo; eles não são senhores de sua fé (2 Coríntios 1:24). Assim, o povo do Senhor não deve receber nada deles, exceto aquilo no qual eles podem deverivar tal autoridade. As injunções que Paulo lhes deu e que deveriam receber foram apenas os mandamentos que ele lhes deu pelo Senhor Jesus.

Quanto mais conhecemos nosso dever e estamos convencidos de uma obrigação que o próprio Deus nos tem de cumpri-lo, maior deve ser nossa preocupação em tomar consciência deste. Se não o fizermos, nosso conhecimento será nossa condenação (João 3:19) e nosso pecado não terá capa ou desculpa (João 15:22). A força desse argumento está em seu conhecimento: eles sabem quais mandamentos Paulo lhes deu pelo Senhor Jesus (1 Tessalonicenses 4:2).

7. EVITANDO O QUE NOS É ADEQUADO ADORA NO ESTILO DE VIDA QUE AGRADA A DEUS

Não podemos andar como filhos da luz, ou de um modo adequado à condição graciosa a que somos chamados, a menos que sejamos conformados com o que é aceitável a Deus. Isso nos é prescrito como a regra de nosso dever em Sua Palavra. Não devemos nos conformar com este mundo (Romanos 12:2) ou com o que pode nos trazer vantagem e assim satisfazer nossos desejos (Mateus 5:29). Provar o que é aceitável a Deus não é algo meramente exigido para seu próprio bem e para que possamos descansar no mero conhecimento disso. Devemos regular nossa conduta de acordo com ela (como o versículo 11 continua a mostrar). É necessário como consequência necessária o andar como filhos da luz. A gramática do versículo 10 original está conectada com o final do versículo 8 da seguinte maneira: “Andem como filhos da luz … provando o que é aceitável”.

8. TUDO ESTÁ INCLUSO NO ESTILO DE VIDA QUE AGRADA A DEUS

Não é suficiente fazer este esforço para determinar a vontade de Deus em apenas mais algumas ações importantes em nossa vida. Devemos fazer isso em tudo, quer seja em algo de maior ou menor preocupação, seja em vantagem ou perda, é apropriado que nos conformemos a esta regra. A direção é indefinida sem qualquer limitação ou restrição e, portanto, deve ser estendida a todas as coisas. “Provando o que é aceitável ao Senhor”.

9. EXIGE-SE ESFORÇO PARA DESCOBRIR O ESTILO DE VIDA QUE AGRADA A DEUS

Não podemos nos conformar com o que é aceitável ao Senhor, nem andar como filhos da luz, a menos que façamos uma séria pesquisa e indagação sobre a regra de dever e aceitação revelada na Palavra. Devemos então fazer o que fazemos para nos conformar com essa regra. Não caminharemos, portanto, por um caminho aceitável a Deus quando fizermos as coisas precipitadamente, sem consideração (Provérbios 19: 2) ou duvidando após deliberação (Romanos 14:23). Nada é certo e aceitável em si mesmo se o fizermos apenas para satisfazer nossos próprios desejos (Mateus 6: 2) ou para agradar aos outros (Gálatas 1:10). Paulo exige que eles provem o que é aceitável ao Senhor, como a regra pela qual deveriam andar.

Não é fácil descobrir o que é aceitável para o Senhor, especialmente em alguns casos complexos. Deve haver uma busca precisa junto com o engajamento na prática das coisas que já sabemos que são aceitáveis. Pela experiência prática, sabemos que elas são aceitáveis ​​ao Senhor e obtemos um conhecimento melhor, aprimorado-nos nas coisas em que ainda somos ignorantes (João 7:17). A palavra traduzida como “prova” significa prova exata, não tanto por argumento, mas por provação e experiência, já que o ouro é provado no fogo (Tiago 1:12). “Provando o que é aceitável ao Senhor”.

CONCLUSÃO

É fácil negligenciar a busca para descobrir que tipo de estilo de vida agrada a Deus. Afinal, isso exige muito trabalho e pode ser contrário às nossas preferências ou exigir muito de nós. Mas se entendermos a natureza da graça gratuita e o que devemos ao Senhor, nada será demais para Ele. As Escrituras estão cheias de chamados amorosas para que andemos em amor para com Deus e vivamos de uma forma que O glorifique ao máximo. A maior parte pode ser conectada aos Dez Mandamentos que nos ensinam como amar a Deus e ao próximo e resumem o resto do ensino das Escrituras. A meditação sobre a maneira como o Catecismo Maior de Westminster expõe os Dez Mandamentos nos levará a uma apreciação mais plena e profunda do que significa viver de uma maneira que seja aceitável a Deus.

Second Reformation Author: James Fergusson

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