É fácil fazer do texto o foco principal da pregação, afinal ele está sendo exposto e devemos pregar todo o conselho de Deus. É compreensível fazer das pessoas o foco principal da pregação também; a aplicação é a vida de um sermão e a falta disso o torna uma mera palestra. Mas o verdadeiro foco da pregação se eleva acima dessas coisas e deve ser mantido constantemente em vista.
Em um livro chamado The Humbled Sinner Resolved (O Humilhado Pecador Resolvido), Obadiah Sedgwick (membro da Assembleia de Westminster) explica qual é o verdadeiro foco da pregação.
Se crer em Jesus Cristo é o caminho para a vida, então Jesus Cristo deve ser o objetivo principal e a marca de toda a nossa pregação e estudo. “Decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1 Coríntios 2: 2). Foi o tema e o assunto principal no qual aquele bendito apóstolo se dedicou.
Então, se os ministros pregam o conhecimento do pecado, ou se eles se esforçam para tornar os homens conscientes do pecado, ou se eles permitem que as flechas das ameaças de Deus caiam sobre a consciência dos pecadores, ou se eles tocam o propiciatório. Todo o objetivo e escopo é, ou deveria ser, levar os homens a Cristo, torná-lo mais glorioso aos olhos dos pecadores e inclinar seus corações a aceitá-Lo e abraçá-Lo. Cristo pode ser pregado de duas maneiras. Ou explicitamente, quando Ele está em Sua pessoa, ou ofícios, ou benefícios, é o único assunto que é tratado e proclamado. Ou virtualmente, quando Ele é o fim do assunto que é entregue.
Encontrei-me com um espírito quebrantado e aflito, gemendo sob o peso da natureza e da vida pecaminosa, ofegando pelo Príncipe da vida e da paz, disposto a se entregar a todas as condições de Deus em Cristo? Aqui e agora eu devo elevar a Cristo em Sua Cruz e abrir Seus braços, para mostrar àquele espírito quebrantado, o próprio sangue do coração de Jesus Cristo derramado para a remissão de pecados para ser um sacrifício propiciatório por sua alma.
Encontrei-me com um espírito obstinado e orgulhoso, que ousa desafiar a justiça, e presunçosamente reclamar da misericórdia? Aqui abro a indignação de Deus contra o pecado com o propósito de despertar a consciência, de derrubar a imaginação altiva. No entanto, não é para nenhum outro propósito, exceto para que tal pessoa, agora tendo sentido a sua miséria, possa ser apropriadamente dirigida e oportunamente encorajada à visão e fruição de seu remédio em Cristo.
