COMO APERFEIÇOAR A PAZ NUM MUNDO INQUIETO

As esperanças iniciais de que uma crise global possa levar a um cessar-fogo global em zonas de guerra em todo o mundo parecem ter desaparecido. Tragicamente, o perigo é que isso possa intensificar uma crise humanitária causando um desastre. Nas nações ocidentais, tensões e divisões facilmente se sobrepõem a uma situação já conturbada. Os países que não sofrem com a guerra ou distúrbios civis, mas, por causa do vírus, continuam enfrentando desafios significativos. Como indivíduos, pode haver muitas coisas que juntas parecem nos roubar a paz de espírito e coração. Espiritualmente, existem muitos problemas e preocupações. A paz perfeita é uma possibilidade real e alcançável em um mundo tão conturbado?

A paz perfeita é obviamente uma frase que vem da própria Escritura (Isaías 26:3). Hugh Binning explica mais sobre o que é essa paz e como alcançá-la. Ele estava falando em tempos de guerra e inquietação.

As notícias de tal paz podem ser apropriadas em tempos de guerra e angústia, se compreendermos nossa necessidade. Não é uma paz sem guerras e problemas, mas uma paz em meio as guerras e problemas. “A minha paz vos dou” e “no mundo tereis aflições” (João 14:27 e

 

João 16:33). Que mensagem bendita é aquela que a paz perfeita é alcançável em meio as guerras, confusões e calamidades de nossa época, sejam públicas ou pessoais. É uma paz perfeita, uma paz completa, mesmo sem alcançar a paz exterior e mundana. De fato, é mais perfeita e completa em si quando é despojado de todos as outras.

Que privilégio o evangelho oferece a você! Você só precisa se sentir infeliz se quiser. Isso é mais do que tudo o que o mundo pode pagar. Ninguém pode prometer a si próprio imunidade contra perigos públicos ou pessoais, de muitas tristezas e decepções. Mas o evangelho pede que você totalize todos os problemas e misérias que pode encontrar no mundo e, no entanto, garante que se você prestar atenção à sabedoria, haverá uma paz que fará você esquecer esse problema. “Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas de paz” (Provérbios 3:17). “Eu faço a paz”, diz Deus, é como se dissesse “Eu a crio do nada” (ver Isaías 45:7). Te conservarei “em perfeita paz” (Isaías 26:3 – ARA).

Há três coisas que precisamos saber: o que é essa paz perfeita, de onde ela vem e como alcançá-la. A fonte dela e Seu Preservador, é o próprio Deus. Ela é alcançada através da confiança em Deus e de permanecermos nEle (Isaías 26:3).

 

1. QUAL É A FONTE DESTA PERFEITA PAZ?

A fonte da paz que excede o entendimento é a paz com Deus; paz de consciência e paz com os outros é uma corrente que flui disso. Há uma paz de amizade quando as pessoas nunca foram inimigas, e há uma paz de reconciliação quando as partes divergentes são unificadas. Aqui, então, está o privilégio de um crente – estar em paz com Deus, ser um com Ele. De fato, é a vida eterna, estar unida à fonte da vida. Em seu favor está a vida; Sua bondade amorosa é melhor que a vida.

Não é uma condição abençoada? Tudo o que um homem fez contra Deus é tudo perdoado e esquecido e nunca mais será lembrado. Não são abençoados os anjos que são amigos de Deus? Tal é a alma cujos pecados são perdoados por meio de Cristo – seus pecados são como se nunca tivessem acontecido. A alma não apenas escapou daquela ira terrível de Deus, mas estando em paz com Deus, participará de toda a bondade que é comunicável às criaturas.

Essa doçura de paz é encontrada em Deus, a árvore da vida. A fé ergue a mão e apanha o fruto da árvore. Esperança e dependência de Deus são como provar e comer essa fruta. Então essa paz perfeita segue como a doçura deliciosa que a alma encontra em Deus, provando o quanto Ele é gracioso. O próprio Deus é a vida de nossas almas, a fonte das águas vivas, a vida e a luz dos homens. Fé e confiança em Deus, é tirada desta fonte ou do profundo poço da salvação. Ao permanecer em Deus, a fé a bebe até que a alma se refresque com tanta paz e tranquilidade que excede o entendimento.

Confiar e permanecer em Deus é a alma que está ancorando sobre Ele em meio às ondas e tempestades de pecado, ira e angústia. O pobre pecador derrotado lança uma âncora no terreno seguro de promessas imutáveis ​​em Jesus Cristo. Então a alma descansa e se acalma nessa âncora e desfruta de paz em meio à tempestade. Há uma grande calma, não há abalos, ou grandes abalos, como se fosse um dia calmo. Davi foge para Deus como seu refúgio e ancora no nome do Senhor (Salmo 62:1,2) e, portanto, desfruta de perfeita calma e tranquilidade: “não serei muito abalado”, porque ele está unido à Rocha, ele está ligado ao firme fundamento, Jesus Cristo, e nenhuma tempestade pode dissolver essa união. Isso não é por causa da força da fraca corda (a fé), mas a onipotência a envolve para que “sejamos guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para à salvação” (1       Pedro 1:5).

 

2. O QUE É ESTA PERFEITA PAZ?

O cristão pode ter paz a respeito de sua salvação e coisas eternas e sobre todas as coisas que acontecem no tempo.

 

(a) Paz relativa às coisas eternas

É quando a consciência é aspergida com o sangue de Jesus Cristo. É uma boa resposta para todas as acusações de consciência, lei e justiça (1 Pedro 3:21). É quando o Espírito de Deus brilha na alma com uma nova luz para revelar essas coisas que são dadas gratuitamente (1 Coríntios 2:12).

 

(b) Paz relativa a todas as coisas que acontecem no tempo

O que falta à pessoa reconciliada com Deus em relação à perfeita paz e a paz interior? Quando a paz guarda o coração e a mente internamente, como um castelo ou guarnição, para afastar todos os medos das coisas exteriores, todo o mundo pode estar perturbado do lado de fora. As inundações podem elevar sua voz, mas não podem entrar na alma. Se eles são iguais em paz e problemas, prosperidade e adversidade, não os lamente tanto em um como no outro.

É a mente que torna sua condição boa ou ruim. Todas as coisas são do crente, porque são de Cristo, e todas são de Cristo, que é o possuidor do céu e da terra (1 Coríntios 3:21). A pessoa piedosa está em paz em todas as aflições e confortos por causa do sangue de Cristo, o aguilhão e a inimizade de todos os males são removidas por Cristo.

A pobreza tornou-se amiga porque Cristo era pobre. Fome e sede tornaram-se amigos porque Cristo esteve com fome e sede. Reprovação e desprezo estão em paz com o crente porque Cristo foi desprezado. Aflições e tristezas são reconciliadas com eles, porque Cristo era um homem de angústias e familiarizado com tristezas. Numa palavra, a própria morte se tornou amiga, uma vez que Cristo a subjugou. As piores coisas para um homem natural tornaram-se os melhores amigos do crente; o túmulo mantém o corpo e o pó em esperança. A morte é melhor amiga que a vida, pois ministra uma entrada na glória: é a porta da vida eterna.

Cristo carimbou tudo o que você pode pensar com uma nova qualidade; vem através de Sua mão. Se não é bom em si mesmo, ainda é bom em Sua designação e uso disso na providência (Romanos 8:21). Se não é bom, ainda assim trabalha em conjunto para o nosso bem; contribui para o nosso bem, porque está em Sua mão hábil, que pode tirar o bem do mal, a paz do problema. Essa paz deve ser mais para você do que a paz no mundo. Se você a tiver, sua paz será como um rio em abundância e permanência; nenhuma seca poderia secá-lo, e correrá no tempo como um grande rio e, quando o tempo acaba, envolve-se na eternidade. Esse é o oceano de eterna paz e alegria no qual os santos estão absortos acima. A paz de outras pessoas é como um mero riacho que seca no verão.

 

3. COMO PODEMOS ALCANÇAR ESTA PERFEITA PAZ?

Declaramos a você o caminho para obter a paz perfeita – a paz como um rio. Se você abandonar toda a confiança em si mesmo, fugir de si mesmo como seu maior inimigo e confiar em sua alma à promessa de Jesus Cristo. Lance sobre Ele todo o seu peso e garantimos que sua paz será abundante e perpétua.

 

(a) Confiando em Deus

Quem confia nas coisas criadas, nas riquezas incertas, na paz mundana, em qualquer coisa além do único Senhor vivo e glorioso, nós o convencemos de que sua paz falhará como um riacho. Todas as coisas neste mundo lidarão enganosamente com você, como um riacho que seca (Jó 6:15). Mas se derramar suas almas sobre Ele e confiar na fonte das águas vivas, não se envergonhará, pois sua paz será como um rio. Nada pode tirar sua paz de você, pois ela corre como um rio. Pode ser mais raso ou profundo, mas não pode secar, por causa da fonte viva da qual provém. Tudo que está além disso, é incerto, e nada além disso pode lhe dar satisfação.

Confiar em Deus é lançar o peso da alma em Deus. A alma deve lançar seu fardo sobre o Senhor e, assim, encontrar descanso (Mateus 11:28). Apoiar-se em nós mesmos e confiar em Deus são opostos (Provérbios 3: 5). Confiar é lançar a alma em Deus e elevar a alma a Ele (Salmo 22:10; Salmo 25: 1).

Quando as pessoas arriscam suas almas em Sua Palavra e confiam nEle, então podem confiar nele para todas as coisas. Aquele que deu o seu Filho por nós, também não dará com ele todas as coisas? Este é o recurso contínuo de um crente. Eles viajam do vazio e da insuficiência que descobrem em si mesmos para a plenitude e força de Jesus Cristo. Assim, sua força pode ser aperfeiçoada na fraqueza. Quando todas as coisas parecem contrárias, devemos confiar nEle (Jó 13:15). A fé sempre olhará sempre para a Palavra de Deus, seja o for que nos estiver nos ameaçando.

A dependência constante e a permanência em Deus flui dessa fé nEle. Eles permanecem nEle porque confiam nEle. A fé considera Seu poder, Sua boa vontade e Sua fidelidade. Ele é capaz e disposto a fazê-lo, e é fiel porque prometeu. Permanecer em Deus não é outra coisa senão a firmeza de crer e confiar (Salmo 112:7,8). É expresso primeiramente o meditar em Deus e, em segundo lugar, o esperar todas as coisas boas da parte dEle.

 

(b) Meditando em Deus

A maioria das pessoas têm poucos pensamentos sobre Deus. Mesmo aqueles que confiam nEle não consideram suficientemente quão grande é a Pessoa em que creem. Se a fé fosse vigorosa, frequentemente ela nos faria pensar nEle, procurando conhecê-Lo em Seus nomes gloriosos. A mente ficaria fixada nesse glorioso, misterioso e maravilhoso Ser. A mente das pessoas é fortemente atraída para coisas vãs, mas meditar o Deus é um fardo para elas. Qualquer outra coisa ganha mais tempo e pensamentos.

A meditação acrescenta afeições à contemplação. A alma permanece em Deus quando os desejos da alma estão voltados para a lembrança de Seu nome, então a afeição permanece na mente. A mente dá apenas olhares de passagem e pensamentos limitados, onde o coração não está envolvido. A alma de um crente deve ser constante e firme em considerar Deus até que esteja totalmente envolvida em admiração e fique maravilhada (Salmo 8:1). Todos vocês dizem que creem em Deus, sabem que Ele é bom, misericordioso, justo, longânimo, fiel, etc. Mas todo esse conhecimento é apenas ignorância e sua luz é apenas trevas, se não o levam a colocar sua confiança em Seu nome.

Crentes, seus corações e mentes devem permanecer em coisas vãs, mais do que no Deus vivo? Nossas mentes estão em um movimento contínuo de uma coisa para outra, pois nada pode te dar satisfação completa. É perda de tempo ficar escolhendo e recusando, rejeitando uma coisa e aceitando outra, e novamente retornando para o que você rejeitou. As pessoas são jogadas para cima e para baixo, e instáveis ​​em todos os seus aspectos, como um navio sem lastro. A fé e a confiança em Deus são o lastro e o peso desse navio inconstante, mas é a âncora que impede que ele seja levado de um lado para o outro. Se você O considerasse e meditasse sobre Ele até que sua alma o amasse, você não teria grande deleite nEle?

Isso fixaria e estabeleceria você nas coisas espirituais. Aqui está Alguém que é “inescrutável” (Romanos 11:33). Quanto mais eu procuro e encontro, eu O encontro, mais acima do que posso procurar e encontrar. As coisas criadas decepcionam, mas o Senhor Deus é uma fonte eterna. Ele nunca mandará embora algum desapontado que confia nEle, porque eles encontrarão mais do que esperavam encontrar.

 

(c) Esperando de Deus

A alma que permanece em Deus em meditação sobre Ele o conhece e será fixada em sua expectativa dEle. Nossas expectativas em relação às coisas criadas são decepcionadas porque mudam. Mas o Senhor excede nossas expectativas. O Senhor costuma fazer coisas que não esperávamos.

Três coisas nos inquietam mais: pecado e ira, eventos futuros e calamidades presentes. A fé estabelece a alma em Deus em tudo isso. Não permitirá que ela seja empurrada para lá e para cá com esses ventos, pois encontra em Deus um porto e refúgio de tudo isso. Minha consciência desafia e escreve coisas amargas contra mim, mas eu tenho uma resposta naquele sangue que fala coisas melhores que o de Abel. Se os pecados prevalecerem, ela os expulsará. Sua misericórdia e poder são maiores que todos os meus pecados. Ele prometeu e não fará isso?

Muitas vezes ficamos perplexos com os eventos futuros. Este é um grande tormento de espírito, nos corta e nos divide. Mas aqueles que confiam em Deus são estabelecidos nisso (Salmo 112: 7,8). Eles entregaram sua alma a Ele, e por que não o corpo? Ele cuida de mim, diz a fé. Ele deu seu Filho por mim, o presente mais precioso que o mundo não pode igualar, e Ele não dará com Ele todas essas coisas menores? Assim, o crente se encerra no amor e providência do Pai, e se torna firme, não temendo as más notícias. Pois que novas podem ser más, vendo que nosso Pai tem a soberania em todos os assuntos e sabe o que é melhor para nós? Tenha pena do mundo ao seu redor, que não conhece esta paz.

 

CONCLUSÃO

Guarde a sua paz, não entristeça o Espírito que a selou. Se você voltar à loucura depois que ele falar em paz com você, eu o persuado que você não manterá essa paz. Pode haver paz com Deus, mas não há paz em sua consciência, desde que seu coração esteja comprometido com o pecado. Continuar um curso de pecado, entretendo qualquer pecado conhecido, perturbará sua paz. Se Deus falou em paz com você, você não deve abrigar Seu inimigo em paz. Aqueles que amam a lei de Deus têm grande paz (Salmo 119: 165). A obediência e o deleite não fazem a paz, mas é o caminho da paz. Muita meditação sobre a abençoada palavra de Deus é o meio mais excelente para preservar essa paz, se for assegurada por muita oração (Filipenses 4:6-7). Se você desafogasse seu coração diariamente diante do trono da graça, a paz guardaria e firmaria seu coração, e então sua paz seria perfeita.

Second Reformation Author: Hugh Binning

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