O QUE ACONTECE QUANDO CRISTO ABRE PORTAS PARA O EVANGELHO?

O coronavírus despertou mais preocupação com as coisas espirituais? Até certo ponto, sim. As pesquisas do Google sobre oração em 95 países, durante esta crise, aumentaram para o nível mais alto já registrado. A autora dinamarquesa do estudo, Jeanet Sinding Bentzen, disse que descobriu que “a intensidade da pesquisa por ‘oração’ dobra para cada 80.000 novos casos registrados de COVID-19”. O Pew Research Center também relatou um aumento da oração nos EUA. 44% dos americanos também disseram que o coronavírus COVID-19 é um “alerta para voltarmos para fé em Deus”. Uma das maiores livrarias cristãs on-line do Reino Unido, Eden, viu as vendas físicas da Bíblia aumentarem 55% em abril. É muito cedo para dizer quão significativo isso é ou como o impacto disso será sustentado ou se é uma janela que já está se fechando. Mas isso deveria nos estimular a orar Talvez você tenha ouvido falar do aumento de interesse em outras coisas. Sendo ou não uma janela de oportunidade para o evangelho, é útil considerar o que Cristo quer dizer com “porta aberta” e sua relevância para nós. Nestes dias de perturbação para as igrejas, há um tremendo encorajamento nisso.

As Escrituras falam de uma porta aberta em vários lugares, mas especialmente em Apocalipse 3:7-8. Nos dá o encorajamento de que Cristo é Cabeça sobre Sua Igreja e abre portas que ninguém pode fechar. Ele tem todo poder e autoridade em relação à Sua Igreja. Ele usa a linguagem de Isaías 22:20–22 e a autoridade dada a Eliaquim. Como James Durham aponta no extrato atualizado a seguir, podemos obter grande segurança nisso.

Nos encoraja o fato que Cristo Jesus, como Mediador, tenha o controle e governo especiais sobre a igreja. Ele é completamente soberano, de modo que, quando Ele fecha, ninguém pode abrir e vice-versa. Nenhuma de suas ordens pode ser obstruída; Ele tem um nome exaltado acima de todo nome (Filipenses 2:9) e ninguém pode competir com Sua autoridade. Ele é santo e verdadeiro (v.7) e, portanto, não pode errar, nem falhar no cumprimento de Suas promessas.

Ministros e igrejas podem (como a igreja de Filadélfia) lutar com grandes dificuldades, fraquezas e angústias e essas promessas são dadas para incentivá-los. Isso mostra a eles que Cristo os apoiará e confortará em suas provações. Uma porta aberta é Deus dando a oportunidade de fazer o bem pelo evangelho (1 Coríntios 16:9; não é apenas a liberdade de pregar o evangelho, mas também a bênção de Deus sobre tal pregação (2 Coríntios 2:12).

É como se Cristo dissesse o seguinte ao ministro da igreja na Filadélfia, do qual se diz como “tendo pouca força” (v.8): “Não é à toa que tenho a chave da casa de Davi e quando e ninguém pode fechar. Eu lhe dei a comissão para pregar o Meu Evangelho, e lhe dei acesso para trabalhar na Minha obra do ministério com alguma medida de sucesso fazendo o bem às almas. ”

Assegurando-lhe que ninguém pode fechar esta porta, é como se Cristo estivesse dizendo o seguinte: “Ninguém atrapalhará a Minha obra em suas mãos; nenhum inimigo ou dificuldade que você possa encontrar o impedirá. Enviei o evangelho entre vocês e lhes dei capacidade de pregar e de beneficiar as pessoas. Assim com enviei o Evangelho entre vocês, eu o guardarei entre vocês, enquanto eu desejar, não importa quem oponha”.

 

1. O QUE É UMA PORTA ABERTA?

Por uma porta aberta, as Escrituras geralmente querem significar que o Senhor abre caminho para a pregação benéfica do Evangelho. Isso não consiste principalmente em ter capacidade e liberdade, sem qualquer restrição externa, para pregar o evangelho. Refere-se especialmente a Deus dando liberdade interior ao pregador, Sua bênção da Palavra, tornando-a eficaz e bem-sucedida no coração dos ouvintes. Isso é chamado de “porta da palavra” em Colossenses 4:3, quando um ministro não é impedido de pregar o evangelho, mas, por assim dizer, a porta é aberta para ele. Em 2Coríntios 2:12, indica Deus enviando Paulo de uma maneira especial e removendo as dificuldades do caminho para tornar seu ministério bem-sucedido lá. Em 1 Coríntios 16:9 uma porta eficaz é aberta mesmo onde há muita oposição.

 

2. O QUE IMPLICA UMA PORTA ABERTA?

Implica algumas coisas:

 

(a) Os ministros têm suas limitações

Que há uma limitação nos ministros que não podem tornar o Evangelho tão produtivo quanto deveria ser. Eles não podem tornar o Evangelho tão eficaz quanto será quando o Senhor enviar o Espírito e fortalecer o homem para falar com ousadia. A esse respeito, uma “porta de palavra” é aberta para ele, como está claro em Colossenses 4:3.

 

(b) As congregações têm suas limitações

Que existe um obstáculo adicional no fato de que os ouvidos e os corações dos ouvintes estão tão trancados que a Palavra não tem entrada, mas é repelida. O Senhor abre esta porta quando, pela obra de Seu Espírito nos corações (como Lídia, Atos 16:4), Ele faz com que a Palavra seja recebida e admitida. Assim, Paulo em 2 Tessalonicenses 3:1, exorta-os a orar para que a Palavra possa ter livre curso, isto é, para que não haja portas fechadas para impedir seu progresso. Tanto a liberdade para o ministro falar quanto a bênção e o sucesso entre as pessoas são aqui significados.

 

(c) A providência mantém a Palavra

Uma porta aberta também inclui a providência de Deus em manter a Palavra ministrada e as ordenanças em um lugar com liberdade na pregação e no ouvir da Palavra. Isso pode ocorrer apesar de muitos oponentes maliciosos. Ninguém pode fechá-la.

 

3. POR QUE CRISTO ABRE A PORTA EM CERTAS OCASIÕES?

Cristo é supremo e soberano ao dar dons aos homens, assim como a liberdade interior para fazer melhor uso deles. Ele também lhes dá uma bênção para torná-los bem-sucedidos. Os dons não tornarão um homem capaz de pregar, a menos que o Senhor dê uma “porta da palavra”. Até o grande apóstolo Paulo precisava disso (Colossenses 4:3). O simples fato de discursar não produzirá frutos entre o povo se o Senhor não abrir uma porta eficaz e der um livre curso à Palavra entre eles. Onde há a mais do dom da palavra, pode haver menos sucesso do que onde há menos dons. Isso ocorre porque Aquele cujo privilégio é abrir as portas, abre a porta da palavra mais completamente para um e a porta mais eficaz para outro, e não abre as duas igualmente para todos.

 

4. O QUE ACONTECE QUANDO CRISTO ABRE UMA PORTA?

Quando Cristo abre uma porta dessa maneira, o sucesso não pode deixar de seguir necessaria inevitavelmente. Nenhuma pessoa ou diabo pode calá-la ou impedi-la quando Ele quiser abençoar Seus ministros e recomendar a Palavra aos corações dos ouvintes. O significado particular para o anjo ou ministro aqui é. “Eu chamei você para este ministério e lhe dei uma certa palavra, embora você não tenha muita habilidade. Ordenei as coisas especialmente para que a palavra de vocês tenha livre curso e sucesso. Não importa quem se enfureça, ela não será obstruída.

Isso nos mostra que dons e sucesso no ministério são coisas diferentes. Aqui há um pouco de força (em relação a dons) e ainda uma porta aberta (em relação ao sucesso). Ao longo das epístolas de Paulo, descobrimos que é feita uma distinção entre sua liberdade de pregar, por um lado, e Deus está abrindo uma porta eficaz para ele, por outro.

Cristo torna a Palavra bem-sucedida, Ele dá os dons e o sucesso. Nem todo mundo experimenta a mesma bênção. Uma porta aberta é colocada diante de alguns mais do que diante de outros ou de maneira alguma diante de outros. Isso fica claro ao compararmos essa e outras epístolas.

 

5. COMO RECONHECEMOS UMA PORTA ABERTA?

Uma porta aberta não pode ser discernida apenas do dom de um homem. Uma porta pode ser fechada onde houver grandes dons. Paulo nem sempre tinha essa porta aberta para ele, mas ao menos estava mais em um lugar do que em outro. Não podemos concluir que exista uma porta aberta para a liberdade de um homem a partir das aflições externas em um lugar ou a partir do grande número de seguidores que ele possa ter. Às vezes, pode haver muitos adversários onde essa porta eficaz é aberta (1 Coríntios 16:9), o que não acontece quando há grande paz e louvor. Aqui estão algumas maneiras pelas quais ela pode ser discernida.

 

(a) Quando um ministro tem uma porta da palavra aberta e os ouvidos do povo se abrem para aquilo que não é para agradar aos ouvidos, como tendo comichão, com os dons de alguém, mas desejo por um amor simples e diligente para ser edificado e receber o bem.

(b) Onde há mudança real e muito trabalho sólido; as pessoas são humildes, sérias, sensíveis ao espírito, frutíferas, etc., em vez de meramente opinativas.

(c) Quando o diabo ataca e se opõe ao ministério de alguém mais do que de muitos outros.

(d) Quando o diabo e a impiedade são derrotados em algum lugar pela pregação da Palavra.

(e) Onde houver novos convertidos.

 

6. COMO DEVEMOS USAR MELHOR UMA PORTA ABERTA?

(a) Diligentemente, como um homem que deve colher o milho que já está maduro.

(b) Humildemente, com abnegação, para que seu orgulho não roube ao Mestre de Sua glória com terríveis consequências para si mesmo.

(c) Vigilantemente. Ele deve usá-la com temor para que ele ou qualquer outra pessoa não cause um aborto neste nascimento por causa da falta de habilidade. Ele também deve proceder com vigilância, para que o diabo semeia joio enquanto ele dorme, e pode ser tornar algo falso sem realidade em muitos ouvintes. Essa é a preocupação de Paulo; ele estava consciente de suas próprias fraquezas (1 Coríntios 2:3).

(d) Zelosamente, para que a autoridade de Cristo possa aparecer em Suas ordenanças, tanto para adversários quanto para amigos.

(e) Solidamente, assegurando o fundamento e dando alimento sólido às almas, como as verdades substanciais do Evangelho e os deveres claros da santidade. É perigoso levar esse povo cedo demais para o vinho novo das coisas mais sublimes da doutrina, ou para as mais altas práticas dos cristãos maduros. É melhor que eles sejam alimentados com leite e o que é saudável e nutritivo do que agradar o apetite do que desviá-los com com questões inúteis.

(f) Dependentemente, pois Deus é o Mestre e designou um grande Mordomo sobre a casa, que tem as chaves colocadas sobre Ele. O ministro não tem direito inerente a essas bênçãos, mas está sujeito ao bom prazer do Mestre. Cristo deve ser reconhecido em cada passo do trabalho que foi ou está sendo realizado.

(g) Decididamente, pois esse é o grande objetivo de toda pregação em público e em particular, ou seja, a edificação e salvação do povo e com o objetivo de formar Cristo neles, por meio de um parto, por assim dizer.

 

CONCLUSÃO

Aqui estão algumas dicas bíblicas úteis para discernir as verdadeiras oportunidades e bênçãos fornecidas por Cristo. Podemos identificar quando Cristo está operando pelo Seu Espírito de uma maneira mais extraordinária. Se nos sentimos desanimados com a possibilidade do Evangelho e a pregação serem abençoados, podemos ver que Cristo pode operar nas circunstâncias mais improváveis. Ele pode fazer uso de qualquer pessoa que seja séria e fiel em servi-Lo e que não procure levar a glória para si.

Isso é um incentivo para os ministros que sentem que seus dons não são nada especiais em comparação com os outros. Eles podem realmente testemunhar mais bênçãos do que outros. É também um incentivo para as congregações serem fiéis ao seu ministro, achando ou não que ele tem os dons de um pregador mais proeminentemente. Eles devem valorizar muito a pregação que ouvem, se for fiel a Cristo e à Sua Palavra. Se Cristo optar por abençoá-lo, o ministério mais humilde pode ser mais proveitoso, ser mais abençoado. Cristo mostra tanto a ministros quanto para as outras pessoas que, como meros homens, eles são insuficientes para tal coisa, e, portanto, devem olhar para Ele. Não são os dons que recomendam um ministro a Cristo, mas a fidelidade em fazer o melhor uso do que ele recebeu (Mateus 25:14–30; Lucas 19: 11–27).

Isso deve nos encorajar a orar pelo sucesso do Evangelho e do ministério da Palavra. Que o Senhor abra muitas dessas portas em nossa geração.

 

 

RECOMENDAÇÃO DE LIVRO

Este extrato atualizado foi retirado do primeiro volume da exposição de James Durham do livro do Apocalipse, que abrange os três primeiros capítulos. Agora foi republicado. Ele também inclui muitos ensaios valiosos que oferecem ideias únicas. O texto foi compilado com um manuscrito de 1653 e um apêndice contém textos e palestras completas significativamente diferentes da edição publicada de 1658. O livro, em inglês, está disponível para compra aqui.

Second Reformation Author: James Durham

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