O Desejo de Pecar é Pecado?

Pode soar como uma questão especulativa, mas um momento de reflexão confirma que isso é intensamente prático. Alguém pode se eximir de responsabilidade por seus desejos de pecar? Talvez as pessoas afirmem que esses desejos são parte integrante de um mundo decaído, mas não são pecaminosos em si mesmos. Eles estão livres do pecado desde que não atuem sobre o seu desejo? Estas são questões que estão atualmente sob intenso debate. Elas precisam de respostas claras a partir da Bíblia.

É muito claro que nossos próprios desejos pecaminosos nos arrastam para ações pecaminosas (Tiago 1:13-15). Tais desejos são, todos eles, parte da “carne” (Gálatas 5:24). O Senhor Jesus Cristo deixa claro que o desejo de pecar é pecaminoso. O pecado não está apenas nas ações, mas no coração (Mateus 5:27-28; veja Jó 31:1). As ações e pensamentos maus têm sua origem no coração (Mateus 15:18-19; Jeremias 17:9; Mateus 7:16-18).

Há desejos que são pecaminosos (Colossenses 3:5). Isto é o que o apóstolo Paulo percebeu quando ele entendeu a verdadeira natureza do pecado da cobiça (Romanos 7:7). Em Romanos 7:8 ele explica como o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, produziu nele todos os tipos de desejos pecaminosos. Uma palavra mais antiga usada para esses desejos é “concupiscência”. É errado ser um escravo passivo desses desejos pecaminosos, como se fosse impossível para um cristão resistir a eles e mortificá-los. Isso também é tratado em 1 Tessalonicenses 4:5, que adverte os crentes a evitarem os desejos pecaminosos e as paixões dos gentios que não conhecem a Deus. Este texto enfoca especialmente o pecado sexual. James Fergusson elabora todas as implicações deste versículo para nos ajudar a lidar com os desejos pecaminosos.

Ele explica como, ao insistir na castidade, o apóstolo Paulo mostra até onde a abstinência da fornicação (mencionada no versículo 3) chega. Não é apenas restringir o ato externo, mas também a luxúria interior. A palavra original significa um ataque febril ou paixão violenta de desejo ardente que ferve no interior, enfurecido no corpo (1 Coríntios 7:9). É como uma febre alta que produz confusão mental. Isso desperta o corpo e a mente para o ato exterior de imundície. Caso contrário, Paulo diz que eles seriam como os gentios ímpios, que na maior parte dos casos eram entregues por Deus para serem escravizados à suas concupiscências sujas, porque não conheciam a Deus de modo salvífico. Eles não O conhecem como Ele é revelado em Sua Palavra, nem fazem uso correto do conhecimento que poderiam ter Dele por natureza. Deus, portanto, os entregou à impureza (compare Romanos 1:21 com 1:24).

1. Desejos pecaminosos assumem facilmente o controle

Se desejos pecaminosos e os primeiros sinais de luxúria não são contidos a tempo, eles se tornam impetuosos. Eles inflamam o corpo e impedem a mente de pensamentos sólidos acerca de qualquer outra coisa, exceto no que cumprirá seu objetivo. Essas paixões violentas e ataques febris do desejo pecaminoso desabilitam tanto o corpo como a mente de cumprirem qualquer dever de santidade de uma maneira que honre a Deus. Paulo mostra que o desejo pecaminoso se transforma em luxúria ou em paixão violenta e em uma espécie de frenesi, como a palavra significa literalmente. Quando a luxúria prevalece desta maneira, isso é o oposto de possuir o corpo em santificação e honra (1 Tessalonicenses 4:4).

2. Desejos pecaminosos devem ser resistidos

Devemos ser diligentes em procurar “saber como” preservar a castidade (1 Tessalonicenses 4:4). Isso ajudará a acalmar e erradicar os ataques febris da luxúria ardente. A menos que sejam apaziguados, de um jeito ou de outro, é impossível alguém possuir seu corpo sendo mestre dele. Estamos em perigo diário de sermos escravizados para cumprirmos o máximo dos desejos carnais que em nós ardem. Ao exigir que todos saibam possuir seu corpo não na lascívia pecaminosa, Paulo implica que eles não estão de posse plena do contrário. Há habilidade e conhecimento necessários para manter o corpo livre dessas paixões ferventes.

3. Desejos pecaminosos são a raiz do pecado

Um e o mesmo pecado tem vários graus, cada um abrindo caminho para o próximo. Quando procuramos mortificar um pecado, devemos não apenas cortar os ramos mais extremos (abstendo-nos dos atos exteriores), mas também restringir os desejos internos do coração depois disso. Paulo nos exorta a nos colocarmos contra a luxúria interior ou paixão do desejo pecaminoso, como a melhor maneira de nos abstermos do desejo pecaminoso que irrompe no ato exterior, mencionado no versículo 3.

Paulo dá uma visão clara da tirania do pecado e da indulgência de sua imundície. Ele mostra como isso prevalece entre os gentios pagãos para fazer seu aviso: “como os gentios” (1 Tessalonicenses 4:5), diz ele.

Conclusão

Paulo, em outro lugar, descreve claramente tais desejos pecaminosos como pecaminosos no contexto da atração por pessoas do mesmo sexo (Romanos 1:24 e 26). Isso se tornou uma área contestada devido às tendências de nossa cultura. Os fatores e a experiência que dão origem a esses desejos podem ser altamente complexos, mas a Bíblia é clara ao dizer que tais desejos são, no entanto, pecaminosos. Assim como qualquer desejo de pecar, eles não são moralmente neutros de nenhum modo. Esses cristãos, numa luta solitária e dolorosa contra tais desejos, devem buscar a ajuda do Espírito para mortificarem o pecado (Romanos 8:13), tanto quanto aqueles que lutam contra outros desejos pecaminosos. Algo importante quanto a isso é o se revestir do novo homem, além de se desvencilhar do velho homem (Efésios 4:22-24). Precisamos ativamente semear para o Espírito ou então estaremos semeando para a carne (Gálatas 6:8). É grande o chamado para o crente travar guerra espiritual contra todos os desejos pecaminosos (Romanos 6:11-12; 1 Pedro 2:11; 1 Pedro 1:14). Quanto todos nós precisamos estar em guarda contra os desejos pecaminosos, e estarmos positivamente nos revestindo do Senhor Jesus Cristo (Romanos 13:14)!

Second Reformation Author: James Fergusson

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