Por que Deus me fez? Qual é o propósito da vida? Por que estou aqui? Essas são perguntas importantes que a maioria das pessoas fazem em algum momento de suas vidas. O Catecismo Menor [de Westminster] mergulha profundamente nisso, abordando essa questão fundamental, na primeira pergunta: “Qual é o fim principal do homem?”. É basicamente a pergunta: “Qual é o sentido da nossa existência?”
Este artigo é um capítulo do próximo livro Bible Truth Explored [A Verdade da Bíblia Explorada] por Murdo A. N. Macleod.
Nenhuma finalidade especial?
Muitas pessoas pensam que nossas vidas não têm nenhum propósito especial. Elas acham que todos nós podemos escolher nossos próprios objetivos na vida, porque não há nada na vida além de nos divertirmos e aproveitarmos ao máximo nosso tempo aqui. Que atitude egoísta e pobre! Jesus nos contou sobre um homem que disse a si mesmo: “coma, beba e seja feliz” (Lucas 12:19). Porque estes eram seus únicos propósitos na vida, Deus o chamou de tolo. O Catecismo nos diz que temos um propósito, ou um “fim”, uma finalidade ou objetivo na vida.
Muitos fins especiais?
Muitas pessoas também acham que existem muitos propósitos especiais para os quais vivemos. Eles incluem trabalhar e cuidar de nossas famílias, educação, ciência e desenvolvimento e, claro, recreação. Enquanto todos estes são importantes e têm o seu próprio lugar, nenhum deles é o nosso fim principal. Mas nós temos um propósito “principal”, um objetivo supremo. Nosso “fim principal” é nosso principal objetivo especial, o ponto principal de nossa existência.
“Qual é o fim principal do homem?
O principal objetivo do homem é glorificar a Deus e desfrutá-lo para sempre”.
Glorificar a Deus
Nosso principal objetivo tem dois aspectos. O primeiro aspecto é “glorificar a Deus”. Isso significa que temos que tentar tornar Deus mais glorioso do que Ele já é? Não. Não podemos adicionar nada à glória de Deus. Sua glória já é perfeita. Não pode ser aumentada nem reduzida.
“Temos um propósito ‘principal’, um objetivo supremo.”
No entanto, pode haver variação em como as criaturas de Deus exibem Sua glória. Pense no sol. Não podemos fazer o sol brilhar mais, mas as nuvens às vezes escondem ou bloqueiam o brilho dele. Não podemos tornar Deus mais glorioso do que Ele é. Mas nossos pecados são como nuvens, que escondem ou obscurecem a reputação de Deus. Nossos pecados tornam o mundo um lugar mais obscuro e obscurecem a honra de Deus.
“Glorificar a Deus” não é acrescentar à Sua glória, mas viver de tal maneira que O honre e declare a Sua glória para todos os que nos veem e ouvem. É viver uma vida de obediência a Deus, não escondendo a Sua glória atrás de nuvens de desobediência.
Nosso dever é fazermos tudo para a glória de Deus. Nossas vidas não são divididas em partes, uma parte sobre assuntos espirituais e outra parte sobre preocupações mundanas. Não é o caso de termos uma parte de nossas vidas obedecendo a Deus e outra motivada pelo desejo de agradarmos e glorificarmos a nós mesmos. Seja em casa ou no trabalho, estudo ou lazer, toda a nossa vida deve estar concentrada em glorificar a Deus.
Desfrutar de Deus
O outro aspecto do nosso objetivo principal é “desfrutar de Deus para sempre”. Desfrutar de Deus significa estar satisfeito e contente com quem Deus é, encontrando NEle a única fonte de nossa mais profunda satisfação e prazer. Esse desfrute é uma consequência da glorificação de Deus, embora não deva ser nossa principal motivação para glorificarmos à Ele. Devemos glorificar a Deus porque Deus é glorioso, não por causa do prazer que podemos, consequentemente, experimentar. Quando pensamos em como desfrutamos de Deus, podemos pensar em desfrutá-Lo neste mundo e desfrutá-Lo no mundo vindouro.
Desfrutando de Deus neste mundo
O cristão se deleita na presença de Deus. Isto é porque Deus estabeleceu um relacionamento amigável entre Ele e o cristão. Em vez de ter medo de Deus e ser antagonista dEle, o cristão encontra prazer e satisfação na presença de Deus.
O cristão gosta de agradar a Deus. Em vez de priorizar a si mesmo ou manter as outras pessoas felizes, o cristão gosta de pensar em Deus e em como pode servi-Lo e glorificá-Lo com sua vida e talentos.
O cristão gosta de atividades nas quais ele pode encontrar-se com Deus. Em vez de ser mais feliz quando Deus é empurrado para o fundo de sua mente e fica muito distante, o cristão aproveita todas as oportunidades para passar tempo com Deus. Essas oportunidades incluem a leitura da Bíblia, a oração e os cultos da igreja no dia do Senhor.
Desfrutando de Deus no mundo vindouro
O deleite do cristão durará “para sempre” porque Deus é eterno. O gozo de Deus, que o crente tem neste mundo, é apenas uma pequena antecipação do que ele irá desfrutar na eternidade. No céu, ele poderá glorificar completa e continuamente e desfrutar de Deus.
Nosso objetivo principal é algo que deve absorver nossa atenção e energia. Nunca deveria estar longe de nossos pensamentos que a principal razão de nossa existência é glorificar e desfrutar de Deus. Quando estamos mais preocupados com nossa própria glória e encontramos nossos prazeres em outras coisas, mostramos que não estamos aptos para nosso propósito principal e que nossas prioridades estão todas erradas. Devemos seguir o conselho de Paulo: “fazei tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31).