Não Julgueis?

Quem é você para julgar? Esta é uma maneira popular de rejeitar qualquer declaração de que uma ação específica está errada. Pode até ser apoiado por um versículo onde Jesus diz: “Não julgueis” (Mateus 7:1). Este é realmente o texto de prova para “tolerância” ilimitada? Isso significa que não podemos fazer nenhuma afirmação sobre se algo está certo ou errado? Devemos ficar de lado e observar o pecado das pessoas, ou suas ações virtuosas, sem dizer ou pensar em nada? Como criaturas racionais e morais isso é virtualmente impossível. Isso até impediria o perdão real aos outros. Quando entendemos o versículo mais de perto, podemos ver que ele não está dizendo nada disso.

Como observa David Dickson, Cristo dá, nestes versos, cinco razões contra o julgamento precipitado e injusto. Ele não condena todo tipo de julgamento. O problema não é tanto o julgar em si mesmo, mas julgar de uma maneira hipócrita.

1. Julgamento precipitado

Quando Cristo diz “não julgueis”, ele está proibindo o julgamento precipitado de indivíduos e suas ações. Ele também proíbe fazermos juízos errados de maneira a censurarmos injustamente os outros em nossa mente e em nosso discurso. Especialmente se não houver qualquer falha ou se forem falhas menores do que aquelas às quais nós mesmos estamos propensos. Cristo não proíbe o julgamento justo em particular ou publicamente. Apenas proíbe a censura precipitada, injusta e maldizente de outras pessoas. Isso é algo para o qual somos naturalmente inclinados. Não devemos julgar injustamente ou seremos julgados. Cristo está dizendo que se você julgar os outros precipitadamente, você deve temer que Deus o julgue com justiça.

2. Julgamento precipitado será julgado severamente

Com aquele julgamento (caridoso ou não) com o qual você julgar, você será julgado (Mateus 7:2). Deus te julgará em proporções semelhantes. Na medida em que você é caridoso e sóbrio ao julgar os outros, você pode esperar que Deus, em Sua sábia providência, lide com você com misericórdia ou justiça.

3. Julgamento precipitado é provocado pelo amor-próprio

Não é razoável que, tendo mais defeitos do que aqueles que os outros têm, você passe por cima deles sem vê-los. Especialmente se suas falhas são como grandes “traves” ou “troncos” (Mateus 7:3). Em vez disso, você se intromete nas faltas dos outros, que são como pequenos “argueiros” ou “ciscos” em comparação com as tuas. Você não deve, portanto, julgar precipitadamente. O amor-próprio nos cega tanto que não estamos conscientes de nossas próprias grandes falhas. Em vez disso, nos aproximamos e observamos as menores falhas dos outros.

4. Julgamento precipitado não beneficia os outros

Com censura precipitada e sem caridade, você nunca poderá beneficiar o próximo. Não enquanto essa grande trave ou tronco de julgamento precipitado, ou qualquer outro pecado, for encontrado em você mesmo. Portanto, não julgue precipitadamente. Aqueles que buscam beneficiar os outros reprovando suas falhas devem ser isentos de culpa. Caso contrário, seus conselhos e reprovação serão voltados para eles mesmos. Que esperança eles têm de alcançarem proveito, com o irmão tirando o cisco do olho, quando têm uma trave em si mesmos? (Mateus 7:4)

5. Julgamento precipitado é hipócrita

Julgar os outros de maneira severa e precipitada é a marca de um hipócrita. Cristo chama alguém que julga as faltas dos outros como um hipócrita (Mateus 7:5). Isso porque tal pessoa faz a si mesma e aos outros acreditarem que ela não está contaminada com tais falhas. Nosso Senhor, por este discurso, não impede a admoestação fraternal, mas direciona o caminho que devemos fazer. Ele dá uma ordem clara. Ele diz que devemos primeiro tirar a trave de nossos próprios olhos. Aqueles que buscam reformar os outros devem começar a reformarem-se seriamente. Eles devem primeiro procurar reformarem-se em relação aos seus próprios pecados. Com seus próprios pecados removidos, eles terão luz espiritual e sabedoria para lidar com os dos outros. Eles vão “ver claramente” para ajudar seu irmão a arrepender-se e reformar-se.

Conclusão

Esta passagem não é sobre não fazer nenhum tipo de avaliação moral. É sobre o julgamento precipitado e hipócrita. Ser crítico é, na verdade, apressar zelosamente o julgamento. Nosso amor-próprio nos cega. Às vezes, as coisas que temos propensão a identificar nos outros dizem mais sobre nós mesmos. Cristo assinala que nossas deficiências na justiça devem nos impedir de julgar, até que tenhamos nos dirigido a elas primeiro. Só então poderemos ter uma perspectiva e um quadro mais claros para, de coração, ajudarmos os outros. É uma passagem que poderosamente nos ajuda a ajudar os outros.

Second Reformation Author: David Dickson

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